A criatividade é uma das habilidades mais importantes para o profissional do futuro. A conclusão é do Fórum Econômico Mundial (FEM), que divulgou um relatório com as 15 competências que estarão em alta no mercado de trabalho. A criatividade aparece em quinto lugar, atrás apenas do pensamento analítico e inovação; aprendizagem ativa; resolução de problemas e pensamento crítico.
De qualquer forma, segundo Jean Philippe Rosier, professor e cofundador da Sputnik, uma das maiores escolas corporativas no Brasil, a criatividade está presente em todas essas habilidades. “Isso porque essas competências estão diretamente relacionadas à nossa habilidade de resolver problemas de uma forma diferente. E é aí que entra a lógica da criatividade”, justifica.
Para Estela Endlich, diretora do departamento de desenvolvimento profissional da Secretaria de Educação de Curitiba, as profissões do futuro e até mesmo as atuais exigem que as pessoas não só reproduzam aquilo que é feito, mas encontrem soluções para novos problemas.
“Com esse olhar para o futuro, nós precisamos desenvolver essas habilidades em quem está nas escolas hoje. O objetivo é que nossos alunos saibam encontrar soluções e resolver problemas, sejam eles sociais, culturais ou econômicos”, afirma Endlich, doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A criatividade é uma habilidade humana. Todos nós nascemos com esse potencial, cabe à escola estimulá-lo. “A criatividade não é coisa de gênio, de pessoas privilegiadas ou que nasceram com um dom. Aliás, não é um dom. É uma habilidade humana que precisa ser desenvolvida, e a escola tem papel preponderante nisso”, destaca a diretora.
Todas as crianças são, naturalmente, criativas, mas é papel da escola e dos pais estimularem essa habilidade.
“Todas as crianças são criativas. Elas olham para as nuvens e enxergam animais e brinquedos, por exemplo. É natural que a imaginação faça parte dessa fase do desenvolvimento”, pontua Rosier. “O grande problema, na verdade, é que na medida em que ficamos adultos, fechamos essa ‘porta da imaginação’”, lamenta.
Dessa maneira, Rosier defende que tanto a escola como os pais devem estimular a criatividade das crianças para que elas não percam essa habilidade humana tão importante.
As metodologias ativas da educação possibilitam estimular a criatividade das crianças e dos adolescentes. Na escola, os estudantes são os protagonistas do processo de ensino. São eles que levantam problemas, buscam informações e criam soluções de maneira ativa.
A aprendizagem maker, ou método mão na massa, é uma maneira de trabalhar a criatividade de crianças e adolescentes.
Nesse sentido, a aprendizagem maker pode ser uma maneira de trabalhar a criatividade nas escolas e dentro de casa. A ideia é colocar mesmo a “mão na massa”, ou seja, proporcionar ambientes e situações para que os pequenos possam criar, inventar, montar, colorir.
Dessa forma, segundo a pesquisadora da UFPR, é importante oferecer diversidade de materiais às crianças, como recursos tecnológicos ou de artesania. Ela cita, por exemplo, computadores, tablets, óculos de realidade virtual e trabalhos com robótica.
No entanto, o processo criativo não está atrelado somente às tecnologias. Conforme a diretora, papelão, canetinhas, massinhas, fitas, ferramentas de marcenaria e costura também são excelentes recursos.
Em casa, com recursos simples, é possível estimular a criatividade.
Para o cofundador da Sputinik, pais e professores devem permitir que as crianças explorem mais, que explorem formas diferentes de solucionar problemas, texturas, cheiros, manifestações. “Isso porque, no início da nossa vida, precisamos estar em contato com coisas novas, com coisas diferentes. É assim que desenvolvemos a nossa criatividade”, explica.
De acordo com Rosier, desenhos, colagens, recortes, brincadeiras ao livre, dinâmicas de grupo, conversas e jogos são excelentes formas de explorar o mundo e estimular a criatividade, uma das habilidades mais importantes para os profissionais do futuro.