O componente curricular de Matemática exige do professor muito mais do que o giz, a lousa e os livros didáticos. A natureza abstrata dos conceitos matemáticos é um desafio para docentes e alunos. Assim, para resolver essa equação do ensino desta disciplina, se faz necessário o uso de materiais concretos para a construção do conhecimento matemático.
Afinal, quem não lembra do bom e velho ábaco, por exemplo? A ideia de usar esses itens visa construir a abstração por meio de estímulos que explorem os demais sentidos. “Os materiais concretos, quando utilizados em sala com intenção de dialogar com os objetivos de conhecimento de matemática, tornam o aprendizado dinâmico e prazeroso. Criam um ambiente interessante de investigação e descobertas”, afirma a coordenadora de Matemática, Michelly Vedova. “A abstração começa com o apoio dos sentidos”.
De acordo com Michelly, a utilização desses materiais oferece estímulos e favorece a criatividade, privilegiando a comunicação, a resolução de problemas, a argumentação e a percepção de relações entre diferentes conceitos e contextos da realidade.
“O uso de materiais concretos no Ensino da Matemática propicia vivências pedagógicas. Nestas, os estudantes têm papel ativo no processo de ensino e aprendizagem. A ação das crianças e adolescentes sobre objetos reais é imprescindível na construção de novos saberes.”
Dessa forma, os recursos manipuláveis beneficiam o aprendizado durante toda a vida escolar. “Desde o brincar como componente essencial para a aprendizagem das crianças, que muitas vezes pressupõe a oferta de materiais concretos, até os processos de construção de conceitos complexos pelos adolescentes, os objetos e recursos físicos são a chave para uma aprendizagem lúdica, interessante e rica em significados.”
Os materiais concretos no Ensino da Matemática se dividem em estruturados e não estruturados. O primeiro grupo tem uma proposta definida, enquanto o segundo depende da criatividade do professor.
Entre os itens estruturados, destaque para a Escala Cuisenaire. Criada pelo professor Georges Cuisenaire, nos anos 1950, ela trabalha conteúdos com o uso de barras. “É um exemplo de material estruturado muito versátil para explorar alguns conceitos básicos da matemática como a ordenação, a contagem, as operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão). Além disso, possibilita a quantificação de dados e construção de gráficos de barras”, exemplifica Michelly.
Escala Cuisenaire é um exemplo de material concreto estruturado.
Em contrapartida, encontramos no cotidiano os materiais não estruturados. São objetos como tampas de garrafa, palitos, dados, caixas de ovos, entre outros, que ajudam a explorar os conteúdos da matemática.
O Laboratório de Matemática da Brink Mobil é estruturado com um conjunto de materiais concretos e com um livro de orientações pedagógicas para o professor. Além disso, a proposta conta com capacitação presencial ou a distância para professores de matemática e equipe pedagógica.
“Os elementos funcionam como engrenagens que se completam e dão movimento ao projeto. Assim, o objetivo é favorecer a criação e o desenvolvimento de atividades experimentais, e propiciar a relação entre a teoria e a prática.”
Os jogos e recursos didáticos do Laboratório de Matemática da Brink Mobil são fundamentados na legislação e na documentação educacional vigente, assim como em teóricos contemporâneos. Dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, o conjunto de materiais possibilita criar um ambiente de investigação e descobertas que colabora com o desenvolvimento de competências e habilidades de raciocinar, comunicar e argumentar matematicamente.