A alfabetização é um direito de todas as crianças. Esse processo vai além de aprender a ler e escrever, envolve a capacidade de interpretar e refletir e de usar o conhecimento em diferentes contextos do dia a dia. Esse aprendizado permite que os alunos se desenvolvam de forma plena. Afinal, a alfabetização garante o acesso à informação e, é claro, permite a autonomia. Além disso, possibilita mais oportunidades profissionais e pessoais ao longo da vida.
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil deve erradicar o analfabetismo até 2024. Outro objetivo é reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional. O PNE coloca como meta a alfabetização de todas as crianças até o fim do 3º ano do Fundamental. Desde 2012, o Pacto Nacional para Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) apoia todos os professores que atuam no ciclo de alfabetização. O objetivo é que os governos tenham um compromisso com a causa e assegurem o cumprimento do pacto.
A tarefa da alfabetização, entretanto, traz diversos desafios. O contexto social em que a criança está inserida pode facilitar o processo de aprendizado ou dificultar. “Estímulos visuais, táteis e sonoros são importantes para a alfabetização”, diz Gustavo Gava, doutor em Filosofia da mente.
“Por exemplo, se os pais são presentes e estimulam a criança em relação à fala, isso ajudará no seu desenvolvimento. Quando ela já tem esses estímulos, chega na escola com uma boa base. Se ela já faz a relação entre palavras e pode até construir algumas narrativas, por exemplo, isso facilita a alfabetização”, afirma Gava, que é professor do curso de Pedagogia da Universidade Positivo em Curitiba.
Mas essa não é a realidade de milhares de crianças. “No caso de crianças em vulnerabilidade social, com pais ausentes ou que interajam pouco com elas, os estímulos são diferentes. Isso pode afetar a fala e a alfabetização. A falta de estímulos ou a presença de estímulos não assertivos pode levar a um desenvolvimento tardio”, explica.
Em outros casos, a criança pode ter dificuldade por outros motivos, devido a transtornos de aprendizagem, por exemplo. De acordo com o professor de Pedagogia, para identificar e acompanhar esses alunos, é preciso um trabalho da escola que envolva profissionais de várias áreas. Isso deve ser feito quando um professor identifica que uma criança mostra dificuldade na fala ou na nomeação de objetos, por exemplo.
“O professor terá que chamar o quadro pedagógico envolvido. Pode ser a pedagoga, a direção ou mesmo a fonoaudióloga que acompanha a escola. Em alguns casos, pode ser até mesmo um transtorno atrelado a experiências traumáticas, que se apresenta como um problema na fala, ou pode ser um transtorno com base fisiológica. É importante acompanhar o caso e, a partir disso, pensar em uma intervenção pedagógica em conjunto com esses profissionais e com a escola. Isso para que a criança não tenha seus estudos interrompidos e para que seja inclusa”, diz Gava.
Afinal, existe uma idade ideal para a alfabetização? De acordo com a psicomotricista Luciana Brites, do Instituto NeuroSaber, em geral a idade varia entre 6 e 7 anos. Isso porque é nessa faixa etária que a criança está mais apta para ler e escrever. Dessa forma, os estímulos que a criança recebeu até então são cruciais para que ela atinja essa idade com a maturidade necessária, ou seja, ter sido estimulada a partir dos 2 anos com cores, letras e sons de forma lúdica.
A Brink Mobil desenvolve jogos e materiais para auxiliar no processo de alfabetização. O objetivo é tornar o aprendizado mais lúdico para as crianças e também mais divertido. A organização do conjunto de Alfabetização e Letramento tem a intenção de contribuir com os professores. Os jogos e os recursos criam oportunidades criativas para que os alunos investiguem e se apropriem do sistema de escrita, das letras e dos numerais.